Projeto
provocativo de fotógrafo apresenta mulheres com obesidade mórbida em poses pra
lá de sensuais. Uma das propostas do Full
Beauty Project é protestar contra a discriminação
Fotos:
Yossi
Loloi
Por Alexsandro Rafael
Vivemos em uma sociedade
onde cultuar a beleza física é uma prática, digamos que, sagrada. Muitos homens
e mulheres são capazes de ir aos extremos para conseguir alcançar os padrões
estéticos aceitáveis pelo mundo atual, que vão desde academias, passando por
cirurgias plásticas, e chegando até a lipoaspiração – processo cirúrgico que,
nos últimos tempos, vem causando a morte de muitas pessoas.
Não que seja um erro buscar
manter o corpo no padrão desejado. Porém, é necessário você se perguntar antes
se estará fazendo isso porque quer se sentir bem interiormente – ou por
questões de saúde -, ou quer simplesmente ser aceito por um sistema que cultiva
a embalagem e não o conteúdo.
No fim do ano passado, um
trabalho do fotógrafo Yossi Loloi chamou a atenção das pessoas para este tema
ao fotografar mulheres que sofrem de obesidade mórbida – ou seja, que estavam
fora dos padrões de beleza. “Eu queria mostrar que a beleza não é propriedade
de pessoas magras. Para este fim, o projeto teve que ser provocativo, mas ao
mesmo tempo confortável, por isso eu foquei na feminilidade das mulheres como
uma forma de protesto contra a discriminação”, disse Yossi em entrevista ao
jornal The Sun.
O Full Beauty Project
apresenta mulheres com obesidade mórbida – e que estão fora dos holofotes da
mídia - em poses pra lá de sensuais. Para isso, é importante separar a proposta
do fotógrafo de qualquer comentário que trate do tema saúde. Uma vez que as
mulheres que foram fotografadas têm entre 190 kg e 300 kg. “Eu estava mais
interessado em mostrar essas mulheres como uma representação e não
necessariamente como quem elas são na vida real. Para mim eles são humanos”,
complementou.
À parte de qualquer polêmica
que - de repente – tenha sido feita em torno do trabalho, as fotos ficaram
lindas! “Estou
tentando ressaltar que todos nós temos o direito de ser apreciados do jeito que
somos e que não deve haver nenhuma ditadura do gosto”. São ações como esta que
incentivam de maneira positiva a autoestima de pessoas com problemas de
obesidade mórbida.