quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Desumanização ou profissionalismo?




Foto: The New York Post
Fonte: diariodepernambuco.com.br



Por: Adriana Amâncio 

Imagine a cena. Uma pessoa é empurrada nos trilhos do metrô de Nova York. A estação da Times Square, segundo testemunhas, contava com dezenas de pessoas, que nada fizeram diante da situação. Em meio ao público estava um fotógrafo, que foi o único a esboçar uma reação. Engana-se quem imaginou que o profissional tentou ajudar o homem. Na verdade, ele sacou a máquina fotográfica e disparou alguns cliques. 

O público, que assistiu inerte a morte do homem, pode rever o momento, eternizado pelas lentes do freelancer, estampando, no dia seguinte, a capa do jornal New York Post, seguida da manchete: ESTE HOMEM ESTÁ PRESTES A MORRER.

A foto correu o mundo e causou polêmica. Uns admiram o compromisso e profissionalismo de Umar Abbasi, em que mesmo diante de um momento como estes, foi capaz de apertar por várias vezes o botão da câmera. Outros acham que ele compara-se aos demais, que nada fizeram para evitar que uma vida se perdesse. 

Indo mais além, o Observatório da Imprensa, programa da Rede Brasil, que discute a abordagem dos meios de comunicação de acordo com a ética e os Direitos Humanos criticou o mau gosto do veículo, ao publicar uma foto de uma situação angustiante, seguida de uma manchete “escabrosa”, classifica o observatório. 

Outro caso
Em 1993, a foto de uma criança tirada em uma aldeia do Sudão também causou polêmica. Rumores de que a imagem foi tirada minutos antes da menina ser comida por um urubu, correram o mundo, que se dividiu entre críticas à inércia do fotógrafo, Kevin Carter diante da cena e elogios ao registro preciso conquistado pelo profissional. Carter, que ganhou o prêmio Pullitzer de fotografia suicidou-se no dia 27 de julho de 1994. Alguns dizem que as críticas recebidas pelo trabalho foram a causa do suicídio. Outros afirmam que o fotógrafo vivia afundado em vícios e levava uma vida depressiva. Quanto a criança, informações dão conta de que ela não fora comida pelo urubu, mas que tenha morrido 4 anos depois de febre.

Fonte:  Yahoo! Notícias


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